Quem já não se assustou com contos de feitiços, bruxarias e maldições? Essas histórias ficam ainda mais assustadoras quando nos damos conta de que muita gente – na maioria mulheres – foi queimada na fogueira, condenada pela realização de supostos “trabalhos diabólicos”.
Durante o período moderno – entre os anos de 1400 e 1700 -, acredita-se que entre 70 mil a 100 mil almas foram executadas por supostas ligações com bruxaria. Conheça abaixo cinco “bruxas” que entraram para a história.
Mãe Shipton
Ela foi uma profetisa inglesa, temida e respeitada do século 16. Por causa do seu rosto horrendo e desfigurado, acreditava-se que era filha do próprio diabo. Se a genética não contribuiu para sua aparência, ela foi agraciada com o dom da clarividência, muitas vezes comparado ao de Nostradamus. Diz a lenda que ela fez as previsões da Armada Espanhola, da Grande Praga de Londres, do Grande Incêndio de Londres, da execução de Maria, a rainha da Escócia, e alguns até mesmo dizem que ela teria antecipado a internet. Para sua sorte, Mãe Shipton não morreu pela espada como tantas bruxas de sua época. Teve uma morte normal e, ao que tudo indica, foi enterrada em solo profano, nos arredores de York, por volta de 1560.
Agnes Sampson
Foi uma parteira escocesa e curandeira, acusada de magia negra pelo rei James VI. As suspeitas do rei de que forças malignas atuavam contra ele ganharam força depois que ele e sua corte enfrentaram uma terrível tempestade no mar. Entre as 70 pessoas acusadas de bruxaria na área de North Berwick, entre 1590 e 1592, estava Agnes Sampson, indicada por outra suposta bruxa, Geillis Duncan. Agnes foi presa e torturada – às vezes, o rei estava presente. Ela negou as acusações, mas as dores, privação de sono e exaustão acabaram com ela. Ela não aguentou ficar presa num equipamento especial para bruxas – foi inserido um instrumento com quatro pinos na boca sua boca, e ela ficou presa a uma parede. Agnes, finalmente, confessou que era aliada de Satanás e que conspirou para matar o rei. Ela foi estrangulada e queimada.
Merga Bien
A alemã Merga Bien, do século 17, estava com o seu terceiro marido quando o seu destino foi selado. Ela vivia em Fulda, um lugar instável, sob controle do reformador católico e príncipe-abade Balthasar von Dernbach, que ordenou uma grande caça às bruxas entre 1602 e 1605. Entre mais de 200 pessoas executadas por bruxaria em Fulda, o caso de Merga foi o mais famoso. Tudo aconteceu porque ela tinha acabado retornar à cidade depois de discutir com um dos empregadores de seu marido e estava grávida. A questão é que ela estava casada com seu terceiro marido havia 14 anos e nunca havia engravidado. Naturalmente, as pessoas da cidade imaginaram que ela estava fazendo sexo com o diabo! Além do seu ato sobrenatural lascivo, Merga foi forçada a admitir ter matado seu segundo marido e filhos, um dos filhos dos empregadores do seu atual marido e ter presenciado um ritual satânico. Foi queimada na fogueira no outono de 1603.
Malin Matsdotter
Ela foi uma viúva sueca de ascendência finlandesa que foi acusada pelas próprias filhas de ser uma bruxa. Mas, neste caso, não houve feitiçaria envolvida. Em vez disso, as filhas alegaram ter sido sequestradas e levadas a um ritual satânico. Malin Matsdotter foi a única bruxa na história da Suécia queimada viva. Juntamente com Anna Hack, elas foram as duas última vítimas executadas durante a grande caça às bruxas sueca, entre 1668 e 1676. Normalmente, as bruxas são decapitados ou enforcadas antes de serem queimadas na fogueira (que foi o que ocorreu com Anna Hack), mas a recusa de Malin em admitir sua culpa pode ter levado a uma sentença mais severa. Enquanto as chamas cobriam o seu corpo, relatos dizem que Malin não gritou e nem parecia sentir dor, o que para os moradores foi mais uma prova de que era uma bruxa. No entanto, pouco depois de sua morte, uma de suas filhas foi condenada por perjúrio e também acabou sentenciada à morte.
Bruxas de Salém
De todos os julgamentos de bruxas na história, o Julgamento das Bruxas de Salem, de 1692, em Massachusetts, é sem dúvida o mais famoso. Em janeiro daquele ano, duas meninas começaram a sofrer de ataques, gritos e contorções corporais. Um médico disse que elas estavam enfeitiçadas, apesar de hoje acreditar-se que tudo não passava de um envenenamento por algum fungo na comida. No mês seguinte, três mulheres foram acusadas de bruxaria: uma escrava de origem caribenha chamada Tituba, uma mendiga chamada Sarah Good, e uma pobre idosa, Sarah Osborn. Vendo que seu destino estava fadado, Tituba confessou ser uma bruxa, mas acusou outros de magia negra. Outras mulheres seguiram seu exemplo e a histeria tomou conta do lugar. Em 10 de junho, a primeira suposta bruxa, Bridget Bishop, foi enforcada em Salem e muitos outros morreram depois. No total, mais de 150 homens e mulheres foram envolvidos em casos de bruxaria neste período.
Fonte: Biography
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