EVA GREEN - A GÓTICA PREFERIDINHA DE TIM BURTON


NOME

Foi Bernardo Bertolucci quem em 2003 inventou Eva Green em Os Sonhadores, a sua homenagem libertina a Truffaut. O mesmo Bertolucci que afirmou que a sua beleza era indecente.
Mas essa indecência tem ainda a verdadeira sacanagem das melhores atrizes com sal. Com sal, com veneno, com charme, com classe. 

A vantagem de Eva é que reúne tudo. À conta dessa imensidão de peculiaridades, já foi estrela de blockbusters e de filmes cults. Uma atriz para todas as ocasiões e que nesta altura é preciosidade rara. Faltam em Hollywood, atrizes com essa carga, capazes de um olhar selvagem e de pisar o plateau de uma forma tão dominante. É isso, Eva Green é uma criatura de cinema que domina.

Agora é a musa de Tim Burton, gótica e estilizada. A sua senhora Peregrine possui todos os mandamentos weird para ser heroína burtoniana, uma aura deslocada, um guarda-roupa escuro e uma presença ameaçadora. 

Miss Peregrine's Home for Peculiar Children
Uma fada feiticeira que ajuda crianças "diferentes" que não encaixam no mundo real, o nosso. Uma guardiã da terra dos freaks que faz da excentricidade dos mutantes algo de genuinamente sedutor. Se quisermos, uma bruxa boa que é uma versão de espelho distorcido de Mary Poppins. Um papel que encaixa na perfeição em Eva, atriz que tem uma afeição nítida por personagens de margem.

Nas mãos de Tim Burton, Eva tem aquele apanágio de dama gótica elegante, tão bela como potencialmente maléfica, tão bizarra como sedutora. Tem aquilo que a sua anterior diva, Helena Bonham Carter, não tinha, peso. 

A novidade com Eva é que Tim Burton parece ter também ficado seduzido com um refinamento novo. Em Miss Peregrine's Home for Peculiar Children terá ganho a tal fatalidade que as outras musas não tinham. 

O je ne sais quoi de Eva

São muitos os que atribuem parte do charme de Eva ao seu percurso. Nascida na França, cedo se tornou bilíngue e foi estudar em Londres, onde começou a especializar-se num sotaque inglês muito posh. Ficou com o melhor da finura britânica mas não perdeu a tal finesse francesa. 

 Casino Royale
É claro que o cinema francês não a agarrou e depois de 007 - Casino Royale, ainda hoje um dos melhores Bonds, ficou lançada para a fama global. A sua Bond girl é tão forte que está para além do compartimento da mera Bond girl.

300 rise of an empire
É quase consensual que até hoje é o papel feminino mais coeso de toda a franchise. Mas, com mais ou menos type casting, as suas grandes criações são mulheres fatais, neste caso em 300 - O Início de Um Império, de Noam Murro, e Sin City - Mulher Fatal, de Robert Rodriguez, ambos de 2014.

Sin City
É sobretudo neste último, como impiedosa assassina pintada a preto e branco num universo de fumo e BD, que espantou o mundo. 
Uma composição com um veneno de vamp que levou muito boa gente a não ter medo de a comparar à Kathleen Turner dos anos 1980 ou à Lauren Bacall jovem.

Agora, fresca do impacto da série demoníaca Penny Dredfull e A Casa da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares, está em alta novamente. O mundo quer ver e sentir a sua estranheza. Depois de acabar Euphoria, de Lisa Langseth, em que contracena com a sueca Alicia Vikander, estará às ordens de Roman Polanski em Based on a True Story, thriller literário escrito por Olivier Assayas.

Original de:Apimentadamente

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