Sobre o vale do rio Hunza, na fronteira entre a
Índia e o Paquistão, reside uma população que as pessoas conhecem como o “oásis
da juventude” – e por mais de um motivo: seus habitantes vivem, em média, 120
anos, quase nunca ficam doentes e sua aparência é sempre jovem. Em relação às
nações vizinhas, os moradores de Hunza se destacam por terem uma fisionomia
semelhante a dos europeus, um idioma próprio (o burushaski, diferente de qualquer outro no mundo) e uma religião
(a ismaelita) muito peculiar, parecida com a muçulmana.
No entanto, o aspecto mais surpreendente dessa
pequena nação é sua capacidade extraordinária de se manter sempre jovem e
saudável. Seus habitantes tomam banhos imersos em águas geladas a 15 graus
abaixo de zero, praticam esportes até os 100 anos de idade, as mulheres de 40
anos têm a aparência de adolescentes e é comum uma mulher dar à luz aos 65
anos. Durante o verão, as pessoas se alimentam de frutas e verduras cruas,
enquanto no inverno, consomem damascos secos, grãos germinados e queijo de
ovelha.
Robert
McCarrison, um médico escocês, foi o primeiro a analisar e descrever a
população do “vale feliz” e destacou o fato de os hunza consumirem uma dieta
com restrição de proteínas. Ele
comem, diariamente, uma média de 1.900 calorias, incluindo 50 gramas de
proteína, 36 gramas de gordura e 365 gramas de carboidrato. E é precisamente
essa dieta especial que, na opinião de McCarrison, permite a notável
longevidade desse povo. Ao contrário dos países vizinhos, que compartilham a
mesma condição climática, mas não possuem a mesma alimentação, os hunza não
conhecem as doenças e têm uma expectativa de vida duas vezes maior. Os
habitantes de Hunza, todavia, não escondem seu segredo: recomendam abertamente
uma dieta vegetariana, trabalhar e se movimentar constantemente. Além disso,
acrescentam que, entre muitos outros benefícios, o estilo de vida que levam
permite estarem sempre de bom humor, sem tensão nem estresse.
Em 1996, um jornalista do New
York Times chamado John Tierney também resolveu tirar essa história da suposta
longevidade dos hunza a limpo, e foi conhecer pessoalmente aquele povo (confira). Depois de alguns meses com eles, Tierney chegou a
outra conclusão, que ajudou a desmitificar de vez a suposta longevidade hunza:
eles não contam os anos como nós fazemos e não têm certidão de nascimento. Logo, os registros deles são bem pouco
confiáveis, com erros de contagem de tempo de até uma década ou mais.
COM RESPEITO AOS HUNZA
COM RESPEITO AOS HUNZA
Mas, é
bom lembrar que, diferentemente dos hunza, há grupos humanos que, esses sim,
desafiam os anos, sendo muito longevos e saudáveis. Trata-se dos japoneses de
Okinawa, dos italianos da Sardenha e dos adventistas do sétimo dia de Loma
Linda, na Califórnia. Esses já foram estudados por pesquisadores e até
estamparam capas de revistas, como a National Geographic. O que eles têm em comum? Estilo de
vida saudável. No caso dos adventistas, o vegetarianismo, a solidariedade e uma
vida ativa foram os fatores apontados como promotores da vida longa e saudável
(confira aqui). Entre eles, há centenários que ainda renovam a
carteira de motorista!
Fonte: Seu History
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